O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu com facilidade as primeiras prévias do Partido Republicano nesta segunda-feira (15/01). As primárias funcionam como método de escolha do partido para a disputa pela Casa Branca. A votação em Iowa, conhecida como caucus, confirmou a ampla margem de vitória de Trump, conforme previam as pesquisas.
Iowa desempenha um papel importante na largada da corrida presidencial nos Estados Unidos, sendo o estado onde ocorre a primeira disputa pela indicação presidencial.
Além de dominar a preferência dos eleitores, Trump teve outros motivos para comemorar na noite de segunda-feira. Seus apoiadores enfrentaram frio extremo para garantir sua vitória. Nenhum dos principais concorrentes de Trump, Nikki Haley e Ron DeSantis, obteve uma margem suficiente para se tornar o principal desafiante do ex-presidente entre os republicanos. Isso significa que os votos anti-Trump permanecem divididos.
Enquanto isso, Vivek Ramaswamy, rival ideologicamente semelhante a Trump, anunciou sua desistência da corrida e declarou seu apoio a Trump nas prévias de New Hampshire. Os resultados em Iowa têm grande significado na corrida pela Casa Branca por várias razões.
A vitória de Trump em Iowa foi histórica e arrasadora. Ele obteve o maior número de votos em todos os 99 condados de Iowa, perdendo em apenas um, por apenas um voto. Nunca houve uma diferença de mais de 12 pontos entre o vencedor e o segundo colocado em Iowa. A vantagem de Trump provavelmente alcançará cerca de 30 pontos percentuais e ele pode conquistar a maioria absoluta dos republicanos que participaram das prévias.
Uma pesquisa realizada com os eleitores republicanos que participaram do caucus em Iowa explica por que a campanha de Trump tem sido tão bem-sucedida até agora. Cerca de metade dos eleitores republicanos se consideram parte do movimento “Make America Great Again” de Trump.
VITÓRIA AMPLA
A vitória de Trump foi ampla, conquistando eleitores mais jovens e mais velhos, homens e mulheres, além de republicanos evangélicos e conservadores da direita radical. Ele convenceu os republicanos em Iowa e em todo o país de que não perdeu a disputa contra Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020.
A posição dominante de Trump dentro do Partido Republicano é inegável, e sua vitória em Iowa lhe permite dar um passo significativo para se tornar o candidato do partido nas eleições presidenciais. Ainda há muito trabalho pela frente para que Trump se torne o porta-voz do partido, já que enfrentará um desafio maior contra Nikki Haley em New Hampshire. No entanto, ele ainda é o favorito na disputa, contando com o apoio dos eleitores republicanos em seu primeiro teste.
Nenhum concorrente claro surgiu em Iowa. O foco antes das prévias era saber quem ficaria em segundo lugar, e DeSantis conquistou essa posição por uma pequena margem em relação a Haley, apesar de seus esforços e recursos investidos em Iowa. Esse resultado não proporcionou um confronto direto claro com Trump nos próximos dias.
DIVIDIR PARA CONQUISTAR
Na verdade, o resultado em Iowa pode fortalecer ainda mais a estratégia de Trump de dividir para conquistar, à medida que o processo das prévias republicanas avança. A desistência de Ramaswamy abre espaço para Trump, já que pesquisas de opinião mostram que seus apoiadores o consideram a segunda opção. Embora Ramaswamy tenha obtido apenas cerca de 8% dos votos em Iowa, seu apoio conta, e seu endosso oferecerá a Trump mais visibilidade antes das prévias em New Hampshire.
Os resultados em Iowa também permitem que Trump intensifique suas críticas ao presidente Biden, conforme expressado em seu discurso de vitória. Os democratas parecem acolher o confronto e a oportunidade de explorar as supostas vulnerabilidades de Trump. No entanto, uma série de vitórias dominantes, começando em Iowa, dará a Trump impulso e um ar de vencedor. Nas eleições gerais, Trump pode se revelar um adversário mais forte do que esperavam ou esperavam que fosse.
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