EDITORIAL
Apesar da operação de guerra do petismo contra o Banco Central independente (BC) e a taxa de juros SELIC atual, no primeiro mandato de Lula o índice era muito superior ao atual. Quando Lula tomou posse em 2003, ele nomeou o banqueiro Henrique Meirelles para a Presidência do BC e não havia ainda a atuação independente do órgão.
A independência do BC é muito recente. Foi aprovada no Governo Bolsonaro, no primeiro semestre de 2021. A norma vem sendo atacada sistematicamente por Lula e por seus auxiliares. O petista chegou a sugerir que o Senado afaste o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Porém, quando Lula tinha ingerência no órgão e nomeou o presidente da autarquia, os juros eram muito maiores que os atuais, apesar de ter encontrado o cenário econômico interno e externo mais favorável para o país desde a década de 1970. Logo nos primeiros meses de governo, o Banco Central de Lula aumentou os juros para 26,5%, quase o dobro dos juros atuais e sobre os quais o petismo vem protestando.
Durante todo o primeiro mandato de Lula, a taxa SELIC estava em patamares acima do atual. Apenas no penúltimo mês, a taxa caiu para um valor inferior ao que Lula reclama atualmente. E, mesmo assim, apenas 0,5% a menos.
Está claro que a luta de Lula não é apenas contra o BC independente, algo que certamente o Congresso Nacional não irá modificar e o PT sabe disso. A intenção de Lula e do petismo é eleger um Judas para malhar e sobre o qual jogar a culpa pelos maus resultados e pelas promessas que ele não poderá cumprir.
De quebra, Lula joga para seu público, majoritariamente contrário à independência do BC e contra a política macroeconômica que desde 1994 vem mantendo a inflação sob controle. O chilique petista é apenas política, ou melhor, politicagem. Nada tem a ver com economia.
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