Em um marco histórico para a reconstrução da economia argentina, o Presidente Javier Milei anunciou nesta segunda-feira (22/04) que o país alcançou seu primeiro superávit financeiro trimestral desde 2008. Este feito vem como um sinal de alerta para a população: a recuperação econômica não virá através de gastos públicos excessivos.
Superávit Financeiro de 0,2% do PIB no Primeiro Trimestre
O setor público argentino registrou um superávit de mais de 275 bilhões de pesos (equivalente a US$ 309 mil ou R$ 1,60 milhão, de acordo com a taxa de câmbio oficial) em março. Isso significa um percentual de 0,2% do PIB como primeiro superávit financeiro trimestral em 16 anos, conforme anunciado por Milei em uma transmissão nacional.
Estratégias de Ajuste Fiscal e Impacto Social
Desde sua posse em dezembro, Milei se comprometeu a eliminar o déficit fiscal, estabelecendo metas ainda mais ambiciosas que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), com quem a Argentina mantém um acordo de crédito de US$ 44 bilhões (R$ 229 bilhões). Para atingir esse objetivo, o governo adotou medidas de ajuste severas, incluindo a suspensão de obras públicas, demissões, fechamento de agências governamentais, redução de subsídios, aumento de tarifas e congelamento de orçamentos. Estas ações ocorrem em um contexto de inflação próxima a 290% ao ano e uma taxa de pobreza que afeta metade da população.
Visão Econômica de Milei e Reações Críticas
Milei destaca que viver sem inflação é possível se o Estado não gastar mais do que arrecada e evitar a emissão monetária. Carlos Melconian, economista crítico do governo, expressou preocupações sobre a sustentabilidade das estratégias atuais para manter resultados financeiros positivos.
Desafios Econômicos e Sociais Continuam
A economia argentina enfrentou uma queda de -4,5% em dezembro e -4,3% em janeiro em comparação com o ano anterior. A universidade pública, gravemente afetada pelos cortes, convocou uma grande manifestação para protestar contra a falta de atualização orçamentária. Milei, por sua vez, reitera que a era do “Estado presente” chegou ao fim. Contudo, ele não mencionou as negociações em andamento com o FMI ou a possível liberalização do controle cambial argentino.
