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Israel classifica Lula como persona non grata

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Após Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmar que vai convocar o embaixador brasileiro para “uma dura conversa de repreensão”, o governo do país declarou nesta segunda-feira (19/02) que o petista Lula é uma persona non grata para o Estado de Israel. A decisão aconteceu depois de o presidente do Brasil comparar ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.

“Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate”, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.

O termo “persona non grata” (alguém por quem não se tem estima, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo.

O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. Katz afirmou também que “a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.

FALA PRECONCEITUOSA

Lula classificou como “genocídio” e “chacina” a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado (veja vídeo abaixo).

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.

O petista fez a afirmação após o questionamento sobre a decisão de alguns países de suspender repasses  à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).

Lula deu as declarações durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou nos últimos dias da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente.

REAÇÃO DE ISRAEL

Benjamin Netanyahu disse que conversou com Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, e decidiu convocar o embaixador do Brasil para uma reunião sobre a fala de Lula.

Além disso, em rede social, declarou que Lula banaliza o Holocausto – genocídio promovido na 2ª Guerra contra seis milhões de judeus.

“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa”, declarou Netanyahu.

Além disso, comparação da ação de Israel em Gaza à de Hitler contra judeus também gerou rápida repercussão da comunidade israelita no Brasil.

Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou o que chamou de declarações “infundadas” de Lula. Para a entidade, a fala do petista é uma “distorção perversa da realidade”.

O CASO UNRWA

Recai uma acusação sobre funcionários da Agência das Nações Unidas de assistência aos palestinos (UNRWA) de envolvimento no ataque do Hamas de 7 de outubro.

O porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, afirmou que o lugar é uma fachada para o grupo terrorista. “A agência foi comprometida de três maneiras: contratando terroristas em massa, deixando suas instalações serem usadas para atividades militares do Hamas e se apoiando no Hamas para a distribuição da ajuda na Faixa de Gaza”, afirmou.

À época, a agência afirmou que demitiu os funcionários enquanto ocorre uma investigação. De acordo com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, um relatório preliminar da equipe de auditoria será apresentando até o final de março. A entrega de um relatório definitivo ocorrerá até o final de abril e será público.

Posteriormente à acusação, dez dos principais países financiadores da agência suspenderam temporariamente suas doações à entidade. São eles:  Alemanha, EUA, Austrália, Japão, Itália, Holanda, Canadá, Finlândia, Suíça e Reino Unido. A agência afirma que, dessa forma, a UNRWA conseguirá prestar seus serviços em toda a região, incluindo Gaza, apenas em fevereiro.

A UNRWA, criada em 1949 após a primeira guerra árabe-israelense. Ela oferece serviços que incluem educação, cuidados primários de saúde e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.

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