Um elemento identificado como Artur Bordalo atacou, nesta terça-feira (23/04), a sepultura do ex-presidente do Conselho de Ministros de Portugal, Antônio de Oliveira Salazar. O túmulo de Salazar foi objeto de escárnio do elemento que instalou uma caixa gigante sobre a campa.
A intenção da caixa seria de simular uma embalagem de medicamento. A sepultura do ditador fica no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão, terra natal de Salazar.
A imprensa portuguesa, majoritariamente de esquerda, tratou o caso como uma manifestação artística.
De acordo com a mídia local, a peça pretendia “retratar um medicamento com 50 cápsulas de 25mg, numa referência aos 50 anos do 25 de Abril, que se comemoram nesta quinta-feira”. “Uma dose diária de democracia”, lê-se na caixa branca e vermelha.
O 25 de Abril é a data da chamada Revolução dos Cravos, um golpe de Estado comunista que derrubou o regime do Estado Novo. Dessa forma, o sucessor de Salazar, Marcello Caetano, foi retirado da Presidência do Conselho de Ministros, cargo equivalente ao de primeiro-ministro.
A revolução comunista acabou neutralizada nos anos seguintes por forças democráticas que conduziram Portugal para um regime de alternância de poder.
Posteriormente à profanação do túmulo de Salazar, o próprio autor do malfeito divulgou a imagem do “serviço”. No ano passado, o mesmo cidadão fez uma outra “arte” diante do altar principal da Jornada Mundial da Juventude, evento que reuniu o Papa Francisco com a juventude católica em Lisboa, capital portuguesa.
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QUEM FOI SALAZAR
António de Oliveira Salazar (1889-1970) foi um ditador nacionalista português. Ele desempenhou um papel significativo na política portuguesa durante o século XX.
Salazar nasceu em 28 de abril de 1889, em Vimieiro, Santa Comba Dão, Portugal, estudou no seminário de Viseu e na Universidade de Coimbra.
Anteriormente à sua chegada à chefia de governo, ele foi escolhido pelos militares para ser Ministro das Finanças. No cargo, fez reformas fundamentais nas combalidas finanças públicas portuguesas.
Posteriormente, em 1932, Salazar se tornou Presidente do Conselho de Ministros de Portugal e permaneceu no poder até 1968, quando teve um acidente vascular cerebral (AVC). Durante seu governo, consolidou o regime autoritário conhecido como Estado Novo.
Alguns adversários da esquerda tentaram classificar o salazarismo como um regime fascista. Contudo, embora tivesse em comum com o fascismo o nacionalismo, o ditador e seu regime não eram fascistas.
Salazar faleceu em Lisboa, encerrando um longo período de liderança que deixou uma marca duradoura na história de Portugal.
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