O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu nesta terça-feira (16/01) que houve fraude nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020. No pleito, ocorreu a proclanação da vitória do atual chefe da Casa Branca, Joe Biden.
“Tudo pode ser falsificado. Tal como nos EUA falsificaram as últimas eleições através do voto pelo correio. Está claro o que é o voto pelo correio“, disse durante uma reunião com gestores municipais, de acordo com a agência RIA Nóvosti.
Além disso, Putin afirmou que os responsáveis pela fraude “compraram as cédulas por dez dólares, preencheram e, sem qualquer supervisão dos observadores, colocaram nas caixas de correio e pronto”.
Putin, no poder desde 2000, decidiu concorrer à reeleição nas eleições russas do próximo mês de março. Em caso de vitória permanecerá no Kremlin até 2030. O líder da oposição russa, Alexei Navalny, cumpre pena de 30 anos numa prisão do Ártico. Seus aliados acusam o Kremlin de preparar fraude eleitoral através do voto eletrônico, pelo qual vota mais de um terço dos eleitores registrados.
NEGOCIAÇÕES COM A UCRÂNIA
Por seu lado, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zajarova, afirmou nesta terça-feira (16/01) que para chegar a um acordo de paz “abrangente, justo e sustentável” com a Ucrânia, Kiev precisa se comprometer com uma desnuclearização que fora estabelecida nas “origens de sua condição de Estado“.
Em meados da década de 1990, os então presidentes da Rússia e da Ucrânia, Boris Yeltsin e Leonid Kravchuk, assinaram um pacto pelo qual Kiev concordou em eliminar o arsenal nuclear herdado da União Soviética. Contudo, Moscou garante que ainda existem armas nucleares em território ucraniano.
CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL
Zajarova citou esta exigência como condição indispensável para um hipotético acordo de paz que encerraria a invasão na Ucrânia. O conflito começou no final de fevereiro de 2022, após uma ordem de invasão emitida pelo pPresidente Vladimir Putin. .
“Um acordo de paz verdadeiramente abrangente, justo e sustentável só é possível se a Ucrânia regressar às origens do seu Estado: um estatuto neutro, não alinhado e livre de armas nucleares, com pleno respeito pelos direitos e liberdades dos cidadãos de todos os países e às nacionalidades que vivem em seu território“, afirmou.
FÓRMULA ZELENSKY
A porta-voz da diplomacia russa lamentou que estas condições “não estejam incluídas” no que chamou de “fórmula Zelensky”. Essa é a maneira que chama a proposta de paz do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Moscou a rejeita categoricamente e chama de “absurdo e inaceitável“.
De acordo com as autoridades russas, a Fórmula de Paz de Zelensky baseia-se em “exigências distantes da realidade”. Ela citou a retirada das tropas para as fronteiras de 1991, o pagamento de reparações e compensações por parte da Rússia. Além disso, denunciou a condição de “uma autoproibição legal de negociar a paz com a participação da Rússia”. Este último aspecto é precisamente aquele que Zajarova mais criticou nesta ocasião, aproveitando a situação da visita de Zelensky ao Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, para abordar a situação na Ucrânia, e influenciou o fato de mais e mais países se oporem às propostas ucranianas.
“Cada vez mais países no Sul e no Leste Global (…) dizem que sem a Rússia qualquer discussão sobre os possíveis contornos da resolução da crise ucraniana não tem sentido (…) Uma paz abrangente, justa, sustentável e pacífica não se alcança nos termos do ultimato da ‘Fórmula Zelensky’“, completou.
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