O Governo Javier Milei reivindicou nesta quarta-feira (03/01) o que chamou de “legítimos direitos” da Argentina sobre as ilhas Malvinas. Além disso, o governo pediu “uma relação madura” com o Reino Unido, baseada num “clima de confiança” propício à retomada das negociações bilaterais.
O Reino Unido, contudo, sempre deixou claro que não está disposto a renunciar ao controle do arquipélago situado no Atlântico Sul.
A declaração se deu por ocasião do aniversário da chegada dos britânicos àquelas ilhas em 03 de janeiro de 1833. O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) reiterou que o país é “o herdeiro” dos territórios coloniais espanhóis. Disse ainda que o Reino Unido cometeu um ato “contrário ao direito internacional e nunca consentido“.
“A Constituição Nacional estipula que a recuperação do exercício efetivo da nossa soberania sobre estes territórios, em conformidade com o direito internacional e respeitando o modo de vida dos seus habitantes, constitui um objetivo permanente e irrenunciável do povo argentino“, diz o comunicado do MNE argentino, em uma referência que se estende ainda às Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e às zonas marítimas circundantes.
Ademais, a República Argentina invocou posições da Assembleia-Geral da ONU para suas alegações. O país afirma que a solução desta “disputa de soberania” deve ser solucionada pelas partes através de negociações bilaterais. E as autoridades argentinas se declararam “uma vez mais” a sua disponibilidade.
De acordo com o MNE, a Argentina está “convencida de que a única via possível para a recuperação do exercício dos seus direitos é a via diplomática“, pelo que espera que “o mais brevemente possível” possa haver uma “solução pacífica“.
ADMIRADOR DE THATCHER
Embora se declare admirador de Margaret Thatcher (1979-1990), Javier Milei sempre deixou claro declarou que não alterará a posição do Estado argentino sobre aquelas ilhas. E que continuará a reivindicar a soberania do país sobre o respetivo território. Foi sob o comando de Thatcher que ocorreu, em 1982, o último conflito armado pelo controle das Malvinas (que os britânicos designam como Falklands).