Fotojornalistas tinham conhecimento prévio do ataque do Hamas em Israel, afirma governo

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O fotojornalista Hassan Eslaiah faz selfie recebendo beijo de um líder do Hamas. Foto: Reprodução.

Autoridades israelenses afirmaram nesta quinta-feira (09/11) que um grupo de fotojornalistas palestinos freelance tinha conhecimento prévio do ataque. Esses profissionais contratados por órgãos de imprensa como CNN e Associated Press, transmitiram imagens do ataque do Hamas em 07 de outubro à mídia internacional. Para Israel, eles são terroristas e precisam receber o mesmo tratamento que o Hamas.

Os jornalistas em questão produziram imagens do ataque, no qual ocorreu o homicídio de pelo menos 1.400 israelenses.

O ex-ministro da Defesa Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel, disse na quinta-feira que “os jornalistas que sabiam do massacre e que ainda escolheram permanecer como espectadores inertes enquanto crianças eram massacradas, não são diferentes dos terroristas e deveriam ser tratados como tal”.

Danny Danon, representante de Israel na ONU, disse que o país tem uma lista de pessoas que iria “eliminar” por participarem no ataque. “Os ‘fotojornalistas’ que participaram da gravação da agressão serão acrescentados a essa lista”, disse ele no X, antigo Twitter.

As autoridades israelenses alegaram que os fotojornalistas tinham conhecimento prévio da operação para tirar as fotos.

FOTOJORNALISTAS ESTAVAM NO LOCAL NA HORA CERTA DA INVASÃO

Surpreendentemente, os fotojornalistas estavam no local da invasão que levou ao ataque terrorista. As fotografias circularam em todo o mundo. Nelas era possível ver homens palestinos, alguns armados, atravessando brechas na cerca da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel durante o ataque. Outras mostraram reféns feridos sendo arrastados para a Faixa de Gaza.

A assessoria de imprensa do governo de Israel, que regulamenta o credenciamento de imprensa, disse ter exigido esclarecimentos da AP, CNN, The New York Times e Reuters.

A direção de diplomacia pública afirmou: “Estes jornalistas foram cúmplices de crimes contra a humanidade; suas ações foram contrárias à ética profissional”.

A AP disse que não tinha conhecimento dos ataques de 07 de outubro antes de eles acontecerem e que recebeu fotografias de freelancers cerca de uma hora após o início do ataque.

Nenhum funcionário da AP estava na fronteira no momento dos ataques, nem nenhum funcionário da AP atravessou a fronteira em nenhum momento. Quando aceitamos fotos freelance, tomamos medidas importantes para verificar a autenticidade das imagens e se elas mostram o que é suposto”, afirmou a AP em nota.

FOTO COM LÍDER DO HAMAS

Vigilantes da mídia pró-Israel compartilharam uma selfie do fotógrafo da CNN, Hassan Eslaiah (foto), com o líder do Hamas, Yahya Sinwar. Na imagem, Sinwar o beijava na bochecha. Contudo, a imprensa não encontrou Eslaiah para comentar as acusações.

AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS SE PRONUNCIARAM

A CNN se pronunciou dizendo que cortou relações com Eslaiah, que já havia trabalhado para ela como jornalista freelance. Mas alegou que ele não teria trabalhado para a emissora em 7 de outubro. Além disso, CNN disse que “não tinha conhecimento prévio dos ataques de 7 de outubro”. A AP também disse que não trabalhava mais com Eslaiah.

A Reuters também negou ter qualquer conhecimento prévio do ataque ou que tivesse incorporado jornalistas ao Hamas em 7 de outubro. Além disso, a agência de notícias disse ter adquirido fotos de dois fotógrafos freelance baseados em Gaza que estavam na fronteira na manhã de 07 de outubro, mas com quem não mantinha relacionamento anterior.

As fotografias publicadas pela Reuters são de duas horas depois de o Hamas disparar foguetes contra o sul de Israel e mais de 45 minutos depois de Israel ter dito que homens armados tinham atravessado a fronteira”, disse a agência em nota.

O New York Times também disse que era “falso e ultrajante” sugerir que alguém da empresa tivesse conhecimento avançado dos ataques do Hamas ou acompanhava quaisquer agressores.

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