Zema pede fim das saidinhas após sargento ser atingido

Saidinhas
Foto: Agência Brasil.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (foto), criticou as saídas temporárias de presidiários, conhecidas como “saidinhas”. A declaração vem após ferimento de um policial militar em Belo Horizonte (MG).

Durante uma ação na sexta-feira (05/01), um elemento considerado foragido da Justiça baleou o sargento Roger Dias da Cunha. Ele não retornou ao presídio após a concessão do benefício da “saidinha de Natal”.

Leis ultrapassadas podem tirar a vida de mais um policial em Minas. Bandidos com histórico de violência são autorizados para ‘saidinha’, que resulta em insegurança pra todos brasileiros. Passou da hora disso acabar. A mudança tá parada no Congresso. Até quando?”, escreveu Zema no X (ex-Twitter).

O sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, está internado em estado gravíssimo no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

O criminoso que feriu o policial chama-se Welbert de Souza Fagundes. Ele deveria ter retornado ao presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, em 23 de dezembro.

A Polícia Militar de Minas Gerais ainda procura 73 elementos que não retornaram ao sistema prisional no fim do ano. De acordo com a corporação, 118 detentos que receberam o benefício das saidinhas descumpriram a lei e não retornaram. Mas a PM conseguiu recapturar apenas 45 desses presos.

PROJETO DE LEI

Em sua publicação no X, Romeu Zema cobrou alterações na lei contra as saidinhas. Uma das propostas no Legislativo é o PL 2.253/22, já aprovado pela Câmara em agosto de 2022, e que aguarda agora a análise no Senado.

Políticos agora pressionam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para dar celeridade às discussões para pôr fim às saidinhas. A proposta está pronta para votação pela Comissão de Segurança Pública, com o parecer favorável para aprovação, desde o último mês de outubro. Mas Pacheco não colocou para votação.

O projeto de lei também aborda o monitoramento eletrônico de presos em regime semiaberto ou condicional, além de prever a realização de exames criminológicos para a progressão de regime.

ENTENDA A DINÂMICA DO CRIME

O crime contra o sargento da PMMG ocorreu no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte. O autor dos disparos e um comparsa estavam sendo perseguidos pelo militar. Em seguida atingiram o sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, à queima-roupa.

O tiroteio aconteceu quando guarnições do 13º Batalhão perseguiam dois suspeitos na Avenida Risoleta Neves. Em dado momento, o motorista teria perdido o controle da direção e batido contra um poste. Posteriormente ao acidente, os suspeitos desceram do carro e continuaram a fuga a pé.

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Momento em que o sargento é atingido. Imagem: Reprodução.

Mas o sargento alcançou um deles. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar se aproxima do suspeito e dá ordem para ele parar, contudo é surpreendido pelo criminoso, que saca uma arma e atira à queima-roupa contra o policial.

ASSOCIAÇÃO DE JUÍZES DEFENDE DECISÃO

A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) divulgou neste domingo (07/01) uma nota sobre o tiros desferidos por Webert Souza Fernandes contra o sargento Roger Dias da Cunha.

No comunicado, a instituição defendeu a decisão que permitiu a saída do criminoso. De acordo com a nota, “o acusado tinha direito a sair diariamente para o trabalho desde novembro de 2023”. Além disso, Webert teria saído em liberdade provisória nos meses de março, abril, outubro de 2023.

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