No ato de celebração do Dia do Trabalho nesta quarta-feira (1°/05) em São Paulo, o petista Lula (PT) cometeu uma grave infração eleitoral ao fazer propaganda eleitoral antecipada. Diante do público presente, Lula fez um apelo: “E eu vou fazer um apelo. Cada pessoa que votou no Lula em 1989, 1996, 1998, em 2006, 2010, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”.
Lula destacou que Boulos está enfrentando uma verdadeira guerra na disputa pela prefeitura, enfrentando três adversários: o adversário nacional [Bolsonaro], o estadual [o Governador Tarcísio] e o municipal [o Prefeito Ricardo Nunes].
REAÇÕES À PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA
A declaração de Lula gerou reações imediatas. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição, se disse “perplexo” com as palavras do ex-presidente. O MDB, por sua vez, anunciou que tomará medidas jurídicas contra Lula e Boulos, alegando propaganda eleitoral antecipada devido ao pedido expresso de votos.
Além disso, o MDB solicitará ao Ministério Público a abertura de um inquérito para investigar os valores gastos no evento e o uso da estrutura sindical para promover a candidatura. Posteriormente, caso se comprove abuso do poder econômico e de autoridade, uma investigação judicial eleitoral poderá resultar na inelegibilidade de Lula e na cassação da candidatura de Boulos.
Ademais, outro pré-candidato, o deputado federal Kim Kataguiri (União), também anunciou que processará Lula por propaganda eleitoral antecipada. A economista Marina Helena, pré-candidata a prefeita pelo Novo, entrará com uma ação por propaganda antecipada e representará ao MP por abuso de poder político.
ESPECIALISTAS CONCORDAM QUE HOUVE IRREGULARIDADE
Especialistas em direito eleitoral ouvidos pela TV CNN Brasil concordam que Lula cometeu uma infração eleitoral ao pedir votos para Boulos explicitamente.
O advogado eleitoral Alberto Rollo afirma que a para a conduta de Lula cabe multa até R$ 25 mil. Já o advogado Leandro Petrin avalia que Boulos, contudo, só poderia ser penalizado se ficar provado que ele tinha conhecimento prévio das palavras de Lula.
GOVERNO RETIRA VÍDEO DO AR
A Presidência da República retirou do seu canal no YouTube o vídeo em que transmitiu ao vivo o ato político nesta quarta no qual Lula pediu votos a Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
O conteúdo, transmitido pelo canal oficial da Presidência na plataforma, não está mais disponível para o grande público como acontece em eventos semelhantes.
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