Em entrevista à Folha, o ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão afirmou que a proposta do governo Lula de barrar militares da ativa em cargos públicos pretende coloca-los na condição de “cidadãos de segunda categoria”.
“Na realidade, ela [proposta] quer tratar os militares como cidadãos de segunda categoria. A legislação é muito clara: se o militar vai concorrer a um cargo eletivo, ele vai ter que se filiar a um partido político […] e entrar em licença [na Força]”, comentou.
“Se você tem uma pessoa dentro do Exército, Marinha ou Força Aérea com competência específica para um cargo, você vai deixar de usar aquele servidor que nós, a nação, treinamos, conseguimos os meios para ele estudar e se aperfeiçoar? ‘Não, eu vou deixar esse cara aqui, ele só serve para ir para a guerra’”, disse o general.
O senador foi questionado também sobre a ideia do PT de acabar com operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Mourão subestimou a iniciativa e disse que a medida “é só para tacar fogo no parquinho”.
Ao ser indagado se Bolsonaro conseguiria se explicar sobre o caso das jóias, Mourão afirmou que o assunto não criará problemas para o ex-presidente e que ele não terá dificuldades com o assunto.
“Acho que tranquilamente, pô. Eu acho que é uma coisa simples. O TCU já deu cinco dias de prazo. Parte delas [das joias] estão lá na Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos. É só recolher e mandar para o acervo da Presidência. Aquele outro pacote que teria ficado com o presidente, ele entrega e acabou. Morre o assunto”, disse o senador.