A Inglaterra decidiu pela proibição de celulares nas escolas. O anúncio é do Departamento de Educação nesta segunda-feira (02/10).
A secretária Gillian Keegan determinará que as escolas proíbam os smartphones durante as aulas, e também nos intervalos. Essa será uma tentativa de acabar com as perturbações e facilitar a concentração dos alunos durante o período em que estão na escola.
Uma fonte do governo disse que darão novas orientações para as escolas de toda a Inglaterra, exigindo-lhes que tomassem medidas.
“Gillian acredita que os smartphones representam um sério desafio em termos de distração, comportamento perturbador e intimidação”, disse a fonte. “É um dos principais problemas que as crianças e os professores têm de enfrentar, por isso ela definirá um caminho a seguir para capacitar os professores para proibir os celulares nas salas de aula”, completou.
Algumas escolas já proíbem a utilização dos aparelhos. Nelas, os alunos devem entregar os seus celulares todas as manhãs. Mas, se utilizarem escondidos e forem pegos, ocorre punição. Contudo, a maioria das instituições ainda permitem a sua utilização, especialmente durante os intervalos
O anúncio da proibição surge após anos de debate sobre o seu impacto. A forma de aplicação da proibição dependerá das escolas locais.
Muitos pais ficam mais tranquilos com seus filhos munidos de um telefone, com o intuito de contatá-los em caso de emergência durante a ida e volta para a escola.
Mas a presença de smartphones na sala de aula – e notificações constantes de aplicativos – causam perturbações, alimentam o cyberbullying e os roubos. Em junho, a Finlândia tornou-se o último país a proibir os telefones nas aulas, numa tentativa de reverter o declínio nos resultados dos exames.
ONU JÁ RECOMENDOU A PROIBIÇÃO
No mês seguinte, um importante relatório das Nações Unidas recomendou a proibição de celulares para melhorar a aprendizagem e combater a perturbação nas salas de aula e o cyberbullying.
A Unesco, a agência da ONU para a educação, a ciência e a cultura, apontou evidências de que o uso excessivo dos celulares estava ligado à redução do desempenho educativo. Ademais, afirmou que os países devem garantir que têm objetivos e princípios claros para garantir que a tecnologia digital na educação evite danos para os alunos.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, disse que “é preciso prestar atenção” à utilização da “revolução digital” na educação.
Além disso, ela disse na ocasião: “A sua utilização deve ser para melhorar as experiências de aprendizagem e para o bem-estar dos alunos e professores, e não em seu detrimento”. Estudos encontraram relações entre celulares e problemas de saúde mental entre crianças – incluindo ansiedade, depressão e baixa autoestima.
Há também preocupações crescentes de que os alunos estejam a usar os aparelhos para intimidar uns aos outros nas redes sociais e para assédio sexual.
Há dois anos, o então secretário da Educação, Sir Gavin Williamson, prometeu tornar o dia escolar “livre de dispositivos móveis” e obteve o apoio da Comissária das Crianças para Inglaterra. Mas seu sucessor, Nadhim Zahawi, abandonou o projeto no início do ano passado.
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