Na corrida presidencial do Partido Republicano para a Casa Branca, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua como o preferido dos americanos. No entanto, ele está enfrentando uma disputa interna com o atual governador da Flórida, Ron de Santis. Entretanto, surge um novo participante na cena política que é apontado como “novo Trump”.
Trata-se de um filho de imigrantes e novato nesse meio. Um pré-candidato que conseguiu se destacar de forma impressionante no primeiro debate dos pré-candidatos republicanos à presidência dos EUA. O debate ocorreu na noite da última quarta-feira (23/08). Nos Estados Unidos, os partidos conduzem uma votação prévia às eleições gerais, conhecida como primárias, para selecionar o candidato que representará a sigla.
Assim como o ex-presidente Trump, com um discurso alinhado à cartilha conservadora e repleto de tiradas debochadas, o empresário Vivek Ramaswamy, filho de imigrantes indianos, conquistou a vitória no debate. Essa avaliação é compartilhada tanto pela imprensa norte-americana quanto por especialistas do país, que já começaram a chamá-lo de “novo Trump”.
Donald Trump optou por não participar do debate devido a uma audiência judicial na Georgia, ocorrida na última quinta-feira. Esperava-se que os quatro processos judiciais que o ex-presidente enfrenta fossem o foco central do debate, porém os candidatos decidiram não abordar esse assunto.
Por outro lado, o governador Ron de Santis, que se apresenta como uma alternativa significativa a Trump dentro do partido, não conseguiu manter o protagonismo e ficou em segundo plano, de acordo com a análise da mídia dos EUA.
QUEM É VIVEK RAMASWAMY
Vivek Ramaswamy ingressou na política se autofinanciando. Aos 38 anos, ele é um empresário bilionário no setor de biotecnologia e é autor de livros sobre o tema. Sua residência fica em uma mansão no estado de Ohio, onde nasceu e cresceu. Seu pai era engenheiro e advogado de patentes, tendo se mudado para os Estados Unidos para trabalhar na General Electric. Sua mãe era psiquiatra. Apesar de ter origem imigrante, Ramaswamy defende a deportação de todos os que ingressaram no país de maneira irregular.
Ele acumulou sua fortuna ao fundar uma empresa de biotecnologia, sendo formado em biologia pela Universidade Harvard. No ano passado, lançou uma empresa de gestão de ativos. Contudo, decidiu entrar na política, se filiando ao Partido Republicano e abraçando a defesa de pautas conservadoras. Ao mesmo tempo, procura se apresentar como um político jovem, alegre e descontraído.
Ele se define como um apreciador de rap, um gênero musical frequentemente associado às pautas do Partido Democrata e como um “outsider”.
PAUTAS CONSERVADORAS
Quanto a suas posições políticas, Ramaswamy se opõe ao aborto, destacando que se trata de um assassinato. No entanto, ele não advoga pela proibição total do aborto em todo o país. Sua proposta é que cada estado determine a proibição da interrupção da gravidez a partir das seis semanas de gestação.
No tocante às mudanças climáticas, ele se manifesta contrário a qualquer política pública para reduzir as emissões de carbono dos Estados Unidos ou combater as mudanças climáticas. Em relação à imigração, por mais que seja filho de imigrantes, Ramaswamy se destaca como o pré-candidato republicano mais rígido contra a entrada ilegal de estrangeiros no país. Ele advoga pelo fortalecimento das fronteiras e pela deportação de qualquer imigrante que entrou de forma ilegal, embora não esteja claro se essa foi a situação de seus pais.
Vivek com a esposa e os filhos. Foto: Divulgação.
No que diz respeito aos direitos da população LGBTQIA+, ele busca revogar todas as leis voltadas às pessoas trans, condição que ele considera terem uma doença mental. O pré-candidato também se autodenomina como “anti woke”, em oposição ao movimento ideológico de esquerda dos Estados Unidos. Ele expressou seu pesar pela transformação dos EUA em um país que, segundo ele, está repleto de vítimas.
Assim, o novo Trump aproveitou a oportunidade para se destacar no debate, apesar de sua falta de experiência política e de seu histórico limitado como eleitor. Ele revelou que não votou em uma eleição presidencial nos últimos 15 anos, já que o voto não é obrigatório nos EUA.
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