A Assembleia da República Portuguesa vetou o discurso de Lula da Silva (PT) na sessão solene que acontecerá no dia 25 de abril, quando se recordará a revolução ocorrida no país na década de 1970, conhecida como Revolução dos Cravos.
A participação do brasileiro chegou a ser anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, em uma visita oficial ao Brasil feita na semana passada, mas não foi aprovada pelos congressistas.
O CHEGA, partido conservador que tem emergido nos últimos anos em Portugal, chegou a ameaçar agir com violência verbal se Lula discursasse no evento. O deputado André Ventura, presidente do CHEGA, deixou claro que os deputados do seu partido não serão “agradáveis, nem corteses“.
A Assembleia, porém, aceitou que Lula discurse em plenário em outra circunstância que não a da sessão dedicada ao 49º aniversário da revolução, que pôs fim ao Estado Novo.
Entretanto, mesmo esse discurso fora do evento de aniversário recebeu duras críticas dos deputados de oposição ao atual governo português.
Independentemente desse discurso, André Ventura anunciou nesta conferência de imprensa que o Chega está a contactar membros da comunidade brasileira em Portugal para organizar uma manifestação no dia em que o brasileiro discursar no parlamento.
“Quero deixar isto muito claro: Luiz Inácio Lula da Silva não vai ter a vida facilitada em Portugal. Vamos promover, divulgar, organizar, transportar e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que esta seja a maior manifestação de sempre contra um chefe de Estado em Portugal, de visita às instituições portuguesas“, afirmou.
Em janeiro, após as invasões aos prédios dos 3 poderes, André Ventura afirmou que compreendia “perfeitamente a fúria e angustia de milhões de brasileiros ao verem seu país governado por um bandido”.
A visita de Lula da Silva a Portugal está agendada para ocorrer entre 23 e 25 de abril.