Alexei Navalny, o principal opositor do presidente russo, Vladimir Putin, morreu nesta sexta-feira (16/02), de acordo com a imprensa russa. A informação da mídia local é baseasa em um informe do serviço prisional daquele país.
O opositor russo tinha sido transferido para uma colônia penal perto da cordilheira dos Urais, no Ártico, no final do ano passado. No local cumpria uma pena de 19 anos de prisão.
As causas da morte de Navalny estão sendo apuradas, de acordo com o Serviço Penitenciário Federal da região autónoma de Yamal-Nenets. Contudo, por se tratar se um preso político, as informações do próprio regime que o calou raramente são confiáveis.
Primeiramente, os serviços prisionais informaram, em comunicado citado pela imprensa, que Navalny “se sentiu mal” depois de uma caminhada e que “perdeu a consciência quase imediatamente”.
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REGIME DE PUTIN ACABOU COM TODA A OPOSIÇÃO
A CEC (Comissão Eleitoral Central) da Rússia negou o registro da candidatura de Boris Nadezhdin para as eleições presidenciais do país. O pleito está marcado para 15 a 17 de março e o atual presidente Vladimir Putin disputará seu 5º mandato.
Nadezhdin, 60 anos, é conhecido por criticar a invasão à Ucrânia. Ele pediu pelo fim da guerra e da mobilização de homens para as Forças Armadas do país. Além disso, se manifestou a favor do início de um diálogo com o Ocidente e criticou a repressão do país ao movimento LGBTQIA+.
Além de Nadezhdin, a CEC rejeitou a candidatura de mais 3 políticos: Sergey Malinkovich, Anatoly Batashev e Rada Russkih. As alegações variam conforme o opositor, como, por exemplo, assinaturas “inválidas”, número insuficiente de assinaturas e falta de documentos.
Dessa forma, Putin disputará sozinho as eleições.
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QUEM ERA ALEXEI NALVANY
Alexei Navalny era o principal opositor do presidente russo Vladimir Putin. Ele tinha 47 anos.
Ao contrário de outras figuras que dominam a política russa, Navalny não possuía laços com oligarquias ou famílias tradicionais, originadas entre os grandes nomes do Partido Comunista da era soviética. Navalny começou a fazer política posteriormente ao fim da União Soviética.
Nascido nos arredores de Moscou e filho de pequenos empresários, ele passou alguns verões na Ucrânia, de onde vinha parte de sua família e onde aprendeu o idioma local. No final dos anos 1990, formou-se em Direito na Universidade Russa da Amizade dos Povos, instituição criada nos anos 1960 e que teve entre seus alunos o líder palestino Mahmoud Abbas e o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.
Navalny possuía ainda formação em finanças, um conhecimento que se mostrou útil em suas incursões no ativismo político.
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DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO
Ele se tornou famoso no país ao expor a corrupção oficial, rotulando o Rússia Unida, partido de Putin, como “o partido dos vigaristas e ladrões”. Em 2006, começou a escrever um blog sobre corrupção focado nas grandes corporações que comandavam a economia russa.
Contudo, ao invés de se basear em denúncias anônimas, utilizou uma estratégia incomum: investiu 300 mil rublos (o equivalente na época a R$ 21 mil) em ações de empresas do setor petrolífero. Assim, pressionava pela liberação dos números das operações e tinha acesso a informações que usaria em suas postagens.
Um dos casos mais emblemáticos foi a denúncia de um desvio de US$ 4 bilhões na operadora de oleodutos Transneft, ocorrido em 2007 e revelado por Navalny em 2010. Apesar da documentação, o caso, que chegou ao conhecimento de Vladimir Putin, não resultou em condenações ou popularidade positiva.
Além disso, criou um projeto conhecido como RosYama, em que os cidadãos reportavam buracos de rua e pressionavam as autoridades para que os tapassem. Nessa mesma época surgiu a Fundação Anticorrupção, que se tornaria sua principal fachada política.
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REDES SOCIAIS
Uma das principais características de Alexei Navalny era a forma como ele usava as redes sociais para se comunicar. E Navalny tentou capitalizar politicamente esse prestígio. Em 2011, foi um dos responsáveis pelos protestos que questionavam a lisura das eleições legislativas daquele ano.
Chegou a ser preso e foi liberado logo depois, mas sacramentou seu papel na oposição, o que despertou a ira do ditador russo, Vladimir Putin.
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