Espião da ditadura de Cuba foi importante diplomata dos EUA durante 40 anos

Espião da ditadura de Cuba
Fotos: Divulgação.

Na última segunda-feira (04/12), o governo dos Estados Unidos abriu um processo contra Victor Manuel Rocha, de 73 anos, ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia e na Argentina. Ele é acusado de ter atuado como espião da ditadura de Cuba durante 40 anos dentro da diplomacia americana.

O Departamento de Justiça dos EUA (órgão equivalente ao Ministério de Justiça) revelou o caso. Ainda de acordo com o departamento, essa é uma das infiltrações mais duradouras e profundas no Estado americano por um agente estrangeiro.

Para que se tenha uma noção da gravidade do caso, veja em seguida os cargos ocupados por Rocha no governo dos EUA:
  • Trabalhou no Departamento de Estado (órgão que cuida das relações exteriores) entre 1981 e 2002,
  • Foi conselheiro do Conselho de Segurança Nacional do governo dos EUA entre 1994 e 1995,
  • Em 1997 foi responsável provisoriamente pela Embaixada dos EUA em Buenos Aires, Argentina,
  • Entre 2000 e 2002, Manuel Rocha foi embaixador dos EUA na Bolívia.
  • Entre 2006 e 2012, ele foi conselheiro do Comando Sul do Exército dos EUA.
A DESCOBERTA

Nos anos de 2022 e 2023, o suposto espião teve conversas com um representante do Departamento Geral de Inteligência de Cuba. Nas reuniões, Manuel Rocha revelou que trabalhou como espião da ditadura de Cuba durante décadas.

Contudo, o homem que Manuel Rocha pensava ser um dirigente dos serviços de inteligência de Cuba era um agente disfarçado do FBI.

PRISÃO E PROCESSOS         

Rocha foi preso e é acusado de ter cometido diversos crimes federais, inclusive de ser um agente estrangeiro ilegal e usar um passaporte obtido de maneira fraudulenta, de acordo com o Departamento de Justiça.

O procurador-geral Merrick Garland se pronunciam em nota sobre o caso. No texto, Garland revela que durante mais de 40 anos, Victor Manuel Rocha agiu como um agente da ditadura cubana e “buscou e obteve posições no governo do EUA que dariam a ele acesso a informação que não era pública e a capacidade de influenciar a política externa nos EUA”.

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